Estimulação Cognitiva
Ao longo do processo de envelhecimento vai existindo perdas de capacidades cognitivas. Essas perdas podem ser bastante atenuadas se o idoso mantiver uma boa actividade cognitiva e também um bom contacto social.
O exercicio mental regular pode aumentar a actividade cerebral, retardando os efeitos da perda das capacidades cognitivas, prevenindo assim o aparecimento de doenças degenerativas.
Um estudo realizado entre 1994 e 2001 a 801 idosos nos EUA demostraram que as actividades intelectuais estimulantes reduz 47% a possibilidade dos idosos desenvolverem a doença de Alzheimer.
Quando o idoso deixa de fazer algumas actividades cognitivas que estava habituado a fazer ( ler o jornal todos os dias, jogar as damas, ou dominó, etc) existe um declínio no seu funcionamento cognitivo, provocando assim o aparecimento muitas vezes de depressões e demências. O contacto premanente com o seu grupo de amigos ou familiares é também muito importante, pois o idosos necessita de se manter integrado na sociedade, para se manter extimulado a realizar actividades.
Aristóteles afirmou em 350 a. C. que" a cultura é o melhor conforto para a velhice".
Cabe aos futuros e presentes gerontologos também esta missão de extimular cada vez mais os idosos, familias e Instituições para a importância da cultura, das actividades cognitivas, do relacionamento interpessoal ao longo da vida e mais na fase avançada, para que exista uma boa saúde mental.
Para tal deixo alguns jogos cognitivos que podem ser feitos, para extimular as nossas capacidades cognitivas.
Ler
Escrever
Desenvolver novas capacidades ( pintar, informática, música, dança)
Jogos de estratégia
Palavras cruzadas
Diferenças
Calculos matemáticos
Vamos exercitar o nosso cerebro!
Referência bibliográfica: "Jacob, Luís, Animação para Idosos, actividades,2007"
Yola Leite
Antropologia da Saúde
O blog foi criado em 2010, por um grupo de alunos de Gerontologia Social da Escola Superior de Educação João De Deus com o propósito de divulgar e informar sobre várias temáticas inerentes ao envelhecimento. Mudou-se o nome do blog para ficar de acordo com a cadeira actualmente leccionada pelo Professor Doutor Joaquim Parra Marujo.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O Grupo PDM, anuncia a primeira parceria, para testes em Portugal do produto iSenior, uma solução tecnológica desenvolvida para lares e casas particulares que inclui um sistema de monitorização médica de pessoas em tempo real. O iSenior testado na Santa Casa da Misericórdia de Almada permite aos profissionais daquela instituição social novas ferramentas de monitorização e acompanhamento médico, contribuindo para o reforço do bem estar e da qualidade de vida dos utentes.
Desenvolvido pela equipa da PDM, a solução iSenior pode ser facilmente integrada em instituições de apoio social, lares e casas particulares, permitindo uma monitorização tempo real e de forma contínua, dentro e fora de casa. (Localização, alteração de rotina, emergências e ritmo cardíaco).
Globalmente, esta solução da PDM, desenvolvida a partir de tecnologia Microsensus, garante a prestação de cuidados sem interferir com a autonomia dos utentes, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, aumentando a segurança nas actividades do dia-a-dia dos utentes.
João Gaspar
Desenvolvido pela equipa da PDM, a solução iSenior pode ser facilmente integrada em instituições de apoio social, lares e casas particulares, permitindo uma monitorização tempo real e de forma contínua, dentro e fora de casa. (Localização, alteração de rotina, emergências e ritmo cardíaco).
Globalmente, esta solução da PDM, desenvolvida a partir de tecnologia Microsensus, garante a prestação de cuidados sem interferir com a autonomia dos utentes, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, aumentando a segurança nas actividades do dia-a-dia dos utentes.
João Gaspar
terça-feira, 26 de junho de 2012
ENVELHECIMENTO : UM PROCESSO SINGULAR
Ao longo dos tempos deu-se uma melhoria nas condições de vida das populações, um enorme progresso da Medicina preventiva e curativa e mesmo ao nível da reabilitação, e tudo isto acontece sobretudo nas sociedades ocidentais.
Esta alteração deu origem a um crescimento demográfico, que rapidamente se estendeu a todo o mundo.Foi na última metade do Século XX que se deu a transição que se caracteriza por uma diminuição da taxa de natalidade, diminuição da taxa de mortalidade e simultaneamente um aumento da esperança de vida.
Assim, existe cada vez mais uma necessidade de resposta para o processo de envelhecimento, quer ao nível biológico, psicológico e social.
Mas, o processo de envelhecimento afecta de forma diferenciada cada indivíduo, cada órgão, cada organismo humano. A idade cronológica é somente baseada na data de nascimento de cada um, e em termos estatísticos pode de facto servir para agrupar indivíduos, fazendo uma leitura muito genérica, mas o facto é que essa mesma idade tem também características diferenciadas e manifesta-se de forma única em cada individuo.
Factores sociais, ambientais, genéticos,entre outros, influenciam o processo de envelhecimento muito singularmente, daí a enorme complexidade de todo este processo polémico e ainda com explicações variadas e controversas sobre este processo que ocorre desde que somos concebidos até à morte.
Cristina Braz
2 GS
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Uma questão de Estereótipo
Existem dois tipos de estereótipo apesar de na nossa
cultura só associarmos a um dos estereótipos.
Estereótipo negativo:
Este estereótipo por si só atribui
características negativas, quer por parte das pessoas pertencentes a uma
determinada camada, neste caso concreto ao idoso.
Ø
A velhice comparada à idade das perdas.
Ø O tempo de luto.
Ø A
morte à vista.
Ø
Todos os idosos são solitários.
Ø
Que na maioria, os idosos são todos pobres.
Ø
São frágeis e não podem praticar exercício físico.
Ø
São muito sensíveis e inseguros.
Ø Não se preocupam com
a aparência.
Ø Fazem raciocínios
senis.
Ø São
pessoas doentes que tomam muita medicação.
Ø Temem o futuro.
Ø
Não são sociáveis e não gostam de se reunir.
Ø
Não se interessam pela sexualidade.
Estes estereótipos
interferem muito negativamente na pessoa idosa.
Estereótipo Positivo:
Este estereótipo
consiste nas características positivas que se atribuem, quer a pessoas ou a
objectos de uma determinada categoria.
Ø Gostam de jogar às
cartas e outros jogos.
Ø Gostam de conversar e contar as suas recordações.
Ø Gostam do
apoio dos filhos.
Ø Divertem-se
e gostam de rir.
Deolinda S. 2º GS
quinta-feira, 21 de junho de 2012
MEDIAÇÃO FAMILIAR EM PORTUGAL
ORIGEM:
A mediação familiar
surgiu pioneiramente nos EUA, na segunda metade dos anos 70, tendo uma rápida
proliferação neste pais e consequentemente, estendeu-se ao pais vizinho, o
Canadá, na década de 80. Na Europa, o país pioneiro foi o Reino Unido que criou
o primeiro Centro de Mediação Familiar.
Este processo também
foi cultivado na França, Áustria, Alemanha, Bélgica, Finlândia, Itália,
Polónia, Espanha, Eslovénia, Noruega, Suécia e Andorra com criação de Serviços
de Mediação Familiar, também a partir da década de 80. (RIOS, 2005)
Em Portugal foi em 1993
que surgiu o Instituto Português de Mediação Familiar, surgiu da iniciativa
conjunta de psicólogos, terapeutas familiares, magistrados e juristas. Em
1994/1995 foi ministrado o primeiro curso de mediação familiar por este mesmo
Instituto. (RIOS, 2005)
Em Janeiro de 1997 ,
surge a Associação Nacional para a Mediação Familiar- Portugal e a 16 de Maio
do mesmo ano é celebrado um protocolo de colaboração entre o Ministério da
Justiça e a Ordem dos Advogados. (RIOS, 2005) .
Texto retirado do meu trabalho de comunicação e mediação de conflitos.
Yola Leite
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Americana de 104 anos cuida de filha de 87, que sofre de demência
Miami (EUA), 19 jun (EFE).- Uma americana de 87 anos que vive na Flórida e precisa de cuidados especiais devido a problemas de memória tem como responsável por sua saúde e bem-estar sua própria mãe, de 104 anos.
A octogenária María García, que se divorciou há décadas e tem filhos e com família, vive com sua mãe, Rosario Schielzeth, que se ocupa de seus cuidados, segundo relata nesta terça-feira a imprensa local.
Mãe e filha passam o tempo jogando partidas de bingo e indo ao cinema, sempre juntas, apesar de, conforme um dos filhos de María disse à emissora "ABC News", ambas têm seu "ping-pong espiritual", algo que as mantém em forma e vivas.
O tratamento que a centenária mãe aplica consiste em falar constantemente com sua filha de 87 anos e colocá-la a par das notícias do dia.
"Falo com ela o tempo todo", explicou Rosario, que já é tataravó, à rede de televisão americana, e opinou com lucidez que esse tratamento é "a melhor coisa que há para as pessoas que passam por essa situação".
Segundo um dos filhos de María, Albert García, ela vive uma espécie de "feliz demência", já que sua mãe aparenta estar quase sempre "otimista e alegre". Já sobre Rosario, que completou 104 anos na semana passada, ele disse que tem a "paciência de uma santa".
A tataravó, no entanto, não sofre nenhum problema de deterioração mental, sua memória funciona perfeitamente e ela nem sequer usa óculos ou aparelhos auditivos.
Em entrevista ao jornal "Herald-Tribune", Albert disse acreditar que a "ligação emocional entre ambas deu à sua avó um propósito e uma paixão".
"Minha avó não quer morrer. Não quer deixar minha mãe sozinha. Acho que essa é a razão que a mantém viva e de pé", acrescentou.
A octogenária María García, que se divorciou há décadas e tem filhos e com família, vive com sua mãe, Rosario Schielzeth, que se ocupa de seus cuidados, segundo relata nesta terça-feira a imprensa local.
Mãe e filha passam o tempo jogando partidas de bingo e indo ao cinema, sempre juntas, apesar de, conforme um dos filhos de María disse à emissora "ABC News", ambas têm seu "ping-pong espiritual", algo que as mantém em forma e vivas.
O tratamento que a centenária mãe aplica consiste em falar constantemente com sua filha de 87 anos e colocá-la a par das notícias do dia.
"Falo com ela o tempo todo", explicou Rosario, que já é tataravó, à rede de televisão americana, e opinou com lucidez que esse tratamento é "a melhor coisa que há para as pessoas que passam por essa situação".
Segundo um dos filhos de María, Albert García, ela vive uma espécie de "feliz demência", já que sua mãe aparenta estar quase sempre "otimista e alegre". Já sobre Rosario, que completou 104 anos na semana passada, ele disse que tem a "paciência de uma santa".
A tataravó, no entanto, não sofre nenhum problema de deterioração mental, sua memória funciona perfeitamente e ela nem sequer usa óculos ou aparelhos auditivos.
Em entrevista ao jornal "Herald-Tribune", Albert disse acreditar que a "ligação emocional entre ambas deu à sua avó um propósito e uma paixão".
"Minha avó não quer morrer. Não quer deixar minha mãe sozinha. Acho que essa é a razão que a mantém viva e de pé", acrescentou.
Autor Desconhecido/ Noticia Tirada do UOL Noticias
Catarina Patrocinio
quarta-feira, 13 de junho de 2012
A BENÇÃO DA VIDA
A vida é o maior espetáculo do Universo. Ela existe por todo o lado no nosso planeta e também por todo o Cosmos sob as mais diferentes formas.
Você também é vida! A vida está em si, em cada molécula do seu corpo, em cada clique do seu pensamento, em cada sentimento e emoção!
Não deixe que a rotina e a vulgaridade tornem a sua vida numa mesmice! Assuma a plenitude da sua personalidade, da sua individualidade.
Exponha-se a tudo aquilo que possa ser positivo e representar uma mudança qualitativa na sua vida.
Embora o nosso bem-estar esteja muito dependente de fatores externos nós podemos aprender a lidar com as adversidades e a tudo aquilo que tenda a empurrar-nos para uma vida monótona.
A nossa integridade psicológica, física, moral e social depende muito do tipo de comportamento que assumimos, da forma como nos posicionamos existencialmente e das estratégias que escolhemos para viver.
Exponha a sua vida ao que de melhor a vida lhe pode oferecer: pessoas boas, pessoas interessantes, pessoas sábias, conhecimentos humanistas e, sobretudo, aposte no seu amor-próprio.
Faça da sua vida um hino à alegria!!!
Nelson S. Lima
Fundador do Instituto da Inteligência
Maria Antónia Calvo
Doença de Parkinson
Doença de Parkinson
Retirado do link: [2012.06.13]. saude-joni.blogspot.com
Descrita
primeiramente por James Parkinson em "An Essay on the Shaking Pulse"
(1817) a doença de Parkinson é um dos distúrbios do movimento que mais acomete
os idosos.
É
caracterizada por quatro sinais essenciais: rigidez, tremor, bradicinesia, e
instabilidade postural. Há também comprometimento cognitivo que, aliado ao
distúrbio motor, gera incapacidade comparável aos acidentes vasculares
cerebrais.
A
doença de Parkinson é um desequilíbrio do sistema nervoso central que afecta
milhares de pessoas. Porque não é contagioso e não tem que ser relatado por
médicos, a incidência da doença é frequentemente subestimada. A doença de
Parkinson pode aparecer em qualquer idade, mas é pouco comum nas pessoas com
idade inferior a 30 anos, o risco de desenvolvê-la aumenta com a idade. Ocorre
em todas as partes do mundo, e os homens são ligeiramente mais afectados do que
mulheres.
A Doença de Parkinson é uma
doença crónica que afecta o sistema motor.
Designada como, Parkinsonismo, síndrome de Parkinson, parkinsonismo
atípico ou parkinsonismo
secundário
Envolve os movimentos
corporais, levando a tremores, rigidez, lentidão dos movimentos corporais,
instabilidade postural e alterações da marcha.
Trata-se
de um síndrome
específico caracterizado por tremor, hipocinesia, rigidez
e instabilidade postural A causa mais comum de parkinsonismo é a condição neurodegenerativa conhecida como doença de Parkinson, entretanto, o parkinsonismo pode
ser causado por diversas outras doenças, inclusive algumas toxinas,
algumas doenças
metabólicas,
e outras condições neurológicas.
A
doença de Parkinson é idiopática, ou seja é uma doença
primária de causa obscura. Há degeneração e morte celular dos neurónios
produtores de dopamina. É possível que a doença de Parkinson seja devida a
defeitos subtis nas enzimas envolvidas na degradação das proteínas alfanucleína e/ou parkina (no Parkinsonismo genético o
defeito é no próprio gene da alfanucleína ou parkina e é mais grave). Esses
defeitos levariam à acumulação de inclusões dessas proteínas ao longo da vida
(sob a forma dos corpos de Lewy visíveis ao
microscópico), e traduziriam-se na morte dos neurónios que expressam essas
proteínas (apenas os dopaminérgicos) ou na sua disfunção durante a velhice. O
parkinsonismo caracteriza-se pela disfunção ou morte dos neurónios produtores
da dopamina no sistema nervoso central. O local primordial de degeneração
celular no parkinsonismo é a substância negra, pars compacta, presente na base
do mesencéfalo. Estudos recentes dizem que a doença de Parkinson pode estar
ligada a vitamima D.
Embora
cada caso mereça ser analisado de forma particular, outra causa comum do
Parkinsonismo é o efeito colateral de medicamentos, principalmente os
neurolépticos antipsicóticos, como as fenotiazinas (tais como a clorpromazina e a perfenazina), os tioxantenos (como o flupenthixol e o zuclopenthixol) e as butirofenonas (como o haloperidol), as piperazinas
(tais como a ziprasidona) e, raramente, os antidepressivos.
A
doença de Parkinson (DP) é dita idiopática, isto é, sem causa definida, mas
outras formas de parkinsonismo, como os casos genéticos ou secundários a outras
doenças ou exposição a substâncias, e mesmo os chamados parkinsonismos atípicos
podem existir, acometendo pessoas de todas as idades e sexos, mas com
prevalência maior em pessoas acima de 60 anos de idade.
O
local mais importante, mas não primordial, já que outras estruturas como placas
intestinais e bulbos olfatórios podem ser lesados antes mesmo da degeneração da
substância negra de degeneração celular no
parkinsonismo é a substância negra, pars compacta, presente na
base do mesencéfalo. Entretanto, vários outros locais
são acometidos durante o desenvolvimento da doença, mesmo fora do sistema
nervoso central, dando ao Parkinsonismo um caráter complexo e multisistêmico. O
neurotransmissor deficiente, entre outros, é a dopamina,
produzido pela substância negra, pars compacta. Entretanto, outras
estruturas além da substância negra podem estar acometidas (locus ceruleus, núcleo dorsal da rafe, núcleo pedúnculo-pontino), levando
a anormalidades de outros neurotransmissores, como a serotonina,
a acetilcolina e a noradrenalina. As zonas afectadas no
Parkinsonismo têm funções de controlo motor extra-piramidal, ou seja, elas controlam os
movimento inconscientes como por exemplo os dos músculos da face (da
comunicação emocional inconsciente) ou os das pernas quando o indivíduo está de
pé (não é necessário normalmente pensar conscientemente em quais músculos
contrair e relaxar quando estamos de pé mas eles contraem-se de qualquer forma).
Além disso, esses neurónios modificam os comandos conscientes básicos vindos
dos neurónios corticais motores de forma a executar os movimentos de forma
suave e sem perder o equilibrio. Também é esse sistema extra-piramidal que
impede que haja contracção e relaxamento continuo e alternado dos músculos
agonistas e antagonistas aquando dos movimentos de precisão (segurar um
objecto), calculando inconscientemente o equilibrio exacto necessário desses
músculos para o objecto ficar fixado. A forma predominante de Síndrome de
Parkinson é a Doença de Parkinson, idiopática e ligada ao envelhecimento.
Contudo há outras formas de Parkinsonismo com outras etiologias mas a mesma
manifestação clínica. Neste grupo incluem-se os Parkinsonismos secundários, com
doença primária que lesa os núcleos basais, como encefalites
(infecções virais, por exemplo); doença de Wilson (distúrbio do acúmulo de Cobre
em diversos órgãos incluindo o cérebro); uso de longo termo de
determinados fármacos antipsicóticos.
Texto referente a trabalho realizado por Deolinda Brito na disciplina de Metodologia,
Deolinda Brito, nº4, 2º ano
Guerra colonial, um trauma "esquecido"
Guerra colonial, um trauma "esquecido"
REALIDADES
“Pelo gabinete da psicóloga Teresa Infante,
na Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa, passou em
2007 certamente mais de uma centena de ex-combatentes.
O trauma das experiências dramáticas que viveram na guerra, para a qual dizem não ir minimamente preparados, é praticamente comum a todos”. Refere-nos a mesma Psicóloga, “De uma forma geral, todos os antigos combatentes que sofrem de stress pós-traumático, têm os mesmos sintomas. Foi tão intensa a experiência da guerra que não esquecem, mesmo passados mais de 30 anos desde os acontecimentos.”
O trauma das experiências dramáticas que viveram na guerra, para a qual dizem não ir minimamente preparados, é praticamente comum a todos”. Refere-nos a mesma Psicóloga, “De uma forma geral, todos os antigos combatentes que sofrem de stress pós-traumático, têm os mesmos sintomas. Foi tão intensa a experiência da guerra que não esquecem, mesmo passados mais de 30 anos desde os acontecimentos.”
O “stress”
pós-traumático é uma forma de ansiedade após um acontecimento extremamente traumático.
Os sintomas são vários, nomeadamente pensamentos ou pesadelos relacionados com
os traumas, medos, falta de apetite, ansiedade, depressão, insónia, alterações
da memória e choro.
Alguns
dos antigos combatentes procuram ajuda, contudo no Serviço Nacional de Saúde para
obter apoio psiquiátrico ou psicológico não é fácil de encontrar, mesmo depois
de o Governo ter criado, em 1999, a Rede Nacional de Apoio aos Militares e
Ex-Militares, que entrou em funcionamento dois anos depois.
Também na instituição (ADFA), existem ainda militares que combateram nas guerras da ex-Jugoslávia e Afeganistão e que procuram ajuda.
Sem rede de apoio, familiar ou institucional, alguns dos ex-combatentes refugiaram-se no álcool e nas drogas, inclusivamente há quem viva hoje nas ruas de Lisboa.
Também na instituição (ADFA), existem ainda militares que combateram nas guerras da ex-Jugoslávia e Afeganistão e que procuram ajuda.
Sem rede de apoio, familiar ou institucional, alguns dos ex-combatentes refugiaram-se no álcool e nas drogas, inclusivamente há quem viva hoje nas ruas de Lisboa.
PROBLEMAS COM O
AVANÇAR DA IDADE
Com o
avançar da idade, quando as pessoas se reformam ou, por qualquer motivo, ficam
desempregadas, são quando os problemas têm tendência para se tornar mais graves.
"Está
também associado à revolta que sentem numa fase mais avançada da vida, em que
se sentem mais impotentes perante a doença e vêem que não têm reconhecimento
por parte de quem poderia agora ajudar", Sónia Coutinho, psicóloga da Associação Portuguesa de
Veteranos de Guerra.
Citemos
o caso do ex-combatente Jorge CoelhoJorge Coelho,
cabo de transmissões em Angola de 1974 até ao final da guerra, que procurou
apoio na APVG quando ficou desempregado.
"Na
situação em que me encontro recordo com mais frequência os episódiosepisódios
da guerra",
conta. "Basta haver um dia em que se ande mais enervado, tem-se logo
pesadelos. Acordo e vejo que não é nada, mas são sempre momentos complicados."
A
psicóloga Susana Martinho de Oliveira confirma a relação directa entre fases de
maior “stress” e o agravamento dos sintomas da PTSD. "É uma doença de
altos e baixos. Há alturas em que eles melhoram, mas outras em que, perante
situações de stress, pioram".
A DOENÇA PTSD
A PTSD
trata-se de uma doença crónica, que se deve à exposição a situações
consideradas excessivamente perturbadoras. Segundo
Afonso de Albuquerque, os sintomas passam pela reviver dos acontecimentos
traumáticos, através de pesadelos ou flashbacks, pela evitação
sistemática dos estímulos associados, em que a pessoa se recusa a falar do
assunto ou a ver filmes ou notícias de guerra, e por sinais de hiper-actividade
neuro-vegetativa, demonstrados, por exemplo, em reacções de alarme motivadas
pelo som de foguetes.
A DOENÇA DE ALZHEIMER
Um
estudo norte-americano realizado a veteranos de guerra, questiona novas
preocupações sobre os danos cerebrais ligeiros que milhares de soldados norte-americanos
sofreram na sequência de explosões em conflitos porque é maior o risco de
desenvolvimento de Alzheimer ou outra doença.
O
estudo, apresentado no âmbito da Conferência Internacional da Associação
Alzheimer, que decorreu em Paris (2010), desafia a actual visão de que apenas
as lesões cerebrais moderadas e graves tornam as pessoas predispostas para a
demência.
“Mesmo
uma concussão ou uma lesão cerebral ligeira pode colocar a pessoa em risco”,
afirmou a neuropsiquiatra Laurie Ryan, que trabalhou no “Walter Reed Army
Medical Center" e que supervisiona a atribuição de apoios no âmbito da
Alzheimer à terceira idade nos Estados Unidos.
Os
investigadores analisaram registos médicos de 281.540 veteranos de guerra
apoiados pelo Estado entre 1997 e 2000 e que tiveram pelo menos uma vez uma
visita de acompanhamento entre 2001 e 2007.
As
pessoas avaliadas no âmbito do estudo tinham pelo menos 55 anos, sendo que
nenhuma estava diagnosticada com problemas de demência no início da pesquisa.
O
grupo foi escolhido como amostra, uma vez que os problemas de demência se
desenvolvem já numa idade avançada e os investigadores precisavam de casos
suficientes para poder fazer comparações entre quem tem e quem não tem danos
cerebrais.
Os
registos mostram que cerca de 5.000 veteranos sofreram traumatismos cerebrais,
desde concussões a fracturas cranianas.
Os
militares terão de ser acompanhados de perto nos próximos anos, devendo
ser-lhes facultado tratamento para o “stress” pós-traumático, depressão e
outras patologias que podem conduzir a problemas cognitivos, dizem os peritos.
REGISTOS NA PRIMEIRA PESSOA
António Lopes,
"Ainda hoje tenho sonhos em
que julgo que ando no mato aos tiros", conta o ex-combatente vítima de
Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD), vulgarmente conhecida como Stress
de Guerra ou Stress Pós-Guerra.
Com dificuldade em lembrar-se do
nome completo da doença, António sabe
que sofre de um qualquer trauma causado pela guerra. Sabe, também, que desde o
dia em que chegou a Angola, e assistiu à morte de dois camaradas de armas. A
partir daí, nunca mais voltou a ser a pessoa que era antes de daquele dia em
que deixou o país de farda militar envergada.
Jorge Coelho,
Quando
regressei, era uma pessoa completamente diferente" .
O ex-combatente conta que se tornou
numa pessoa mais nervosa. "Quando eu era solteiro não era assim tão
nervoso. Quando regressei, era uma pessoa completamente diferente",
compara. "Muda-se muito. A cabeça começa a trabalhar demasiado e deixa
de haver sossego", explica. E, na verdade, dizdiz
com angústia, é a família que acaba por sair prejudicada.
Este sem-abrigo de Faro, chegou com
um sorriso rasgado e lágrimas nos olhos ao centro de reinserção social da
Comunidade Vida e Paz, em Sobral de Monte Agraço.
Alferes na guerra em Angola (1970-1973), de 56 anos, paralisado e numa cadeira de rodas, não consegue extrair da memória as imagens da guerra.
“A guerra não estava a terminar porque não sonhávamos com o 25 de Abril”.
Alferes na guerra em Angola (1970-1973), de 56 anos, paralisado e numa cadeira de rodas, não consegue extrair da memória as imagens da guerra.
“A guerra não estava a terminar porque não sonhávamos com o 25 de Abril”.
A pressão emocional, devido ao stress de
guerra, tê-lo-á conduzido ao consumo de liamba e de bebidas alcoólicas,
deixando-o num “estado de nervos”, que o levava “a correr com os filhos e a
mulher de casa”, motivando o divórcio, que o separou para sempre da esposa.
MULHERES DOS EX-COMBATENTES
Nunca estiveram no Ultramar, mas vivem no seu quotidiano
uma guerra que os maridos arrastam à 40 anos. As mulheres dos ex-combatentes
herdaram sintomas do “stress” pós-traumático, uma doença "contagiosa"
que lhes deixou marcas para a vida.
Numa troca de correspondência, juraram amor em tempos de
guerra e desejaram chegar o dia em que os seus homens regressariam. Todas elas
esperavam por eles, por quem se tinham apaixonado, mas viram e sentiram
desembarcar homens sombrios, diferentes daqueles que tinham embarcado.
"Cheguei a ir a um bruxo, porque pensava que ele
tinha alguma coisa do outro mundo dentro dele. Vinha diferente e ninguém sabia
o que ele tinha, ninguém o reconhecia", recorda Lucília, que encontrou
uma resposta no grupo de auto-ajuda da Associação de Apoio aos Ex-Combatentes
Vítimas do Stresse de Guerra (APOIAR).
Fonte: Trabalho desenvolvido por Deolinda Brito, relativo ao estágio de 2010/2011
Deolinda Brito, nº4, 2º ano
domingo, 10 de junho de 2012
SAÚDE MENTAL
“O
envelhecimento bem sucedido, ou seja, com qualidade, depende da percepção que
o idoso tem de si, do meio que coabita, das expectativas de vida e redes
sociais que construiu e da sua cultura”. (Marujo, J. in III Jornadas de
Gerontologia Social, Braga, 2012).
A
qualidade, com dignidade, dos serviços a prestar aos idosos depende da formação
cívica e formativa dos cuidadores.
É
da responsabilidade do Gerontólogo fomentar ações de formação para prestadores
de cuidados formais e informais, sendo uma das suas competências sistémicas-Criação,
desenvolvimento e implementação de programas de prevenção e promoção da saúde e
bem-estar no idoso.
Exemplo
duma sessão de educação para a saúde:
Tema-
Demência
} Conceito:
Presença de
diminuição da capacidade cognitiva, demonstrado por:
perda de
memória - compromisso da linguagem - compromisso da realização de gestos coordenados e eficazes
- compromisso do reconhecimento ou pensamento abstracto
Estas
alterações são permanentes e vão progredindo ao longo do tempo.
Principais sintomas
comportamentais:
Indiferença/Depressão/Ansiedade/Agitação/Agressividade/Irritabilidade/Delírio/Euforia/
Desinibição/ Alterações do Sono/ Alteração do Apetite, etc.
Principais obstáculos:
Os utentes com demência sentem maior
dificuldade em realizar as atividades de vida diária.
Iniciar a tarefa/ Manter atenção/ Localizar
os objetos
Utilizar corretamente os utensílios/ Manter
a segurança
Terminar a tarefa
} Como
agir quando se prestam cuidados à pessoa com demência?
Ver o Utente como pessoa:
Qual a sua História de vida? Onde nasceu? Casado
ou solteiro? Filhos/netos?
Qual é a sua cultura? Quais são as suas
crenças? Qual é a sua religião?
Quais são os seus hábitos de higiene? E os de
alimentação?
Gosta
de tomar banho/lavar a cabeça de quantos em quantos dias?
Ordem
pela qual gosta de fazer a higiene?
Ordem
pela qual gosta de fazer a sua refeição?
Quais
são as suas preferências?
Quais
são as actividades que mais gostam?
Gosta
de ler? Ver televisão?
Quais
as suas capacidades?
O
que ainda conseguem fazer sozinhos?
Como agir?
Quando
um utente com demência tem comportamentos agitados?
Tentar
conversar com o utente e orientá-lo;
Não
contrariar;
Chamar
os técnicos de serviço.
Concluindo:
Tratar
os utentes como pessoa – Humanização dos cuidados;
Adaptar-se
ao utente e não ao contrário.
Teresa Castanheira 2ºGS nº14
SAÚDE MENTAL
Com
os progressos científicos e tecnológicos da medicina a sociedade beneficia de
um aumento do tempo médio de vida. O aumento dessa longevidade acarreta
inúmeros desafios no domínio da saúde (física e mental).
Se
por um lado as politicas de saúde apoiam o envelhecimento activo, promovendo
uma melhor qualidade de vida, incentivando os idosos na prática de exercício
físico, numa melhor alimentação e abandono de hábitos tabágicos/alcoólicos,
visando a melhoria e qualidade da sua saúde física; por outro, verifica-se que
os idosos institucionalizados e os que procuram a sua integração em lar, na sua
grande maioria apresentam a sua saúde mental comprometida, com declínio
acentuado das funções cognitivas e sinais de demência.
Compete
ao Gerontólogo, dentro das instituições (lares, residências assistidas, centros
de dia e convívios, etc.) promover programas educacionais aos cuidadores
formais (ajudantes de lar e auxiliares de acção médica), para sensibilização
relativamente à sua metodologia de acção, de modo que estes respeitem os
sentimentos dos utentes com demência.
Numa
sessão de Educação para a Saúde (aprox.25m), o Gerontólogo tem como objectivos
específicos:
·
Auxiliar
as assistentes de lar a desenvolverem estratégias de interacção com estes
utentes.
·
Ensinar/Recordar
às assistentes o que é a demência e quais os principais sintomas e
manifestações.
·
Capacitar
as assistentes a adaptarem-se às necessidades destes utentes.
Planeamento de intervenções ou
actividades formativas:
Sessão de Educação para a Saúde Mental
(20/25m.)
1.
Introdução
(5minutos)
O que é a demência?
2.
Principais
manifestações de demência (15/20m.)
·
Diminuição
de memória
·
Afasia
·
Apraxia
·
Agnosia
Teresa Castanheira 2º GS nº14
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Os Profissionais que nos ajudam a envelhecer com Dignidade
Muito se tem falado de Envelhecimento,
No entanto, uma grande parte da sociedade ainda desconhece que tem hoje profissionais devidamente habilitados para cuidar daqueles que têm maior dificuldade em lidar com este estado natural da vida, estou a falar da profissão do Gerontólogo e das suas competências.
A heterogeneidade do envelhecimento, refletida na pluralidade das abordagens Gerontológicas, exige de todos nós “Gerontólogos”, conhecimentos sólidos que, ao invés de nos aprisionarem, nos abram os horizontes para a valorização da diversidade da espécie Humana.
Os Especialistas em Gerontologia podem dar à sociedade o seu contributo: Na organização de serviços de prestação do bem-estar das comunidades em envelhecimento; Implementar programas de prevenção e promoção dos processos de desenvolvimento no idoso; Avaliar problemas de envelhecimento, qualidade de vida e bem-estar nas populações idosas; Participar de forma ativa na avaliação multidisciplinar dos idosos; Intervir na comunidade, junto dos idosos e prestadores de cuidados; Acompanhar e ou encaminhar os idosos em situações agudas, reabilitação e finitude.
Se está com dificuldades a em aceitar o seu envelhecimento, um Gerontólogo pode sempre ajudar.
Herman Esse deixou-nos uma grande mensagem “ de agora em diante, não basta somar anos à vida, mas sim VIDA a esses Anos.”
Maria Antónia Calvo
No entanto, uma grande parte da sociedade ainda desconhece que tem hoje profissionais devidamente habilitados para cuidar daqueles que têm maior dificuldade em lidar com este estado natural da vida, estou a falar da profissão do Gerontólogo e das suas competências.
A heterogeneidade do envelhecimento, refletida na pluralidade das abordagens Gerontológicas, exige de todos nós “Gerontólogos”, conhecimentos sólidos que, ao invés de nos aprisionarem, nos abram os horizontes para a valorização da diversidade da espécie Humana.
Os Especialistas em Gerontologia podem dar à sociedade o seu contributo: Na organização de serviços de prestação do bem-estar das comunidades em envelhecimento; Implementar programas de prevenção e promoção dos processos de desenvolvimento no idoso; Avaliar problemas de envelhecimento, qualidade de vida e bem-estar nas populações idosas; Participar de forma ativa na avaliação multidisciplinar dos idosos; Intervir na comunidade, junto dos idosos e prestadores de cuidados; Acompanhar e ou encaminhar os idosos em situações agudas, reabilitação e finitude.
Se está com dificuldades a em aceitar o seu envelhecimento, um Gerontólogo pode sempre ajudar.
Herman Esse deixou-nos uma grande mensagem “ de agora em diante, não basta somar anos à vida, mas sim VIDA a esses Anos.”
Maria Antónia Calvo
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