sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Dependência do idoso

Existem vários factores associados a perda de autonomia dos idosos, os quais podem  tornar o idoso dependente. Muitos destes podem estar relacionados à saúde  do geronte.

 A dependência é um estado no qual um indivíduo necessita do  outro ( ou de outro)  para  que este realize actividades previamente reconhecidas. A dependência, ao contrário do que muitos   podem  pensar, não é um atributo exclusivo da velhice, pois pode  ser constatada ao longo do processo evolutivo do ser humano.

Ao nascer, o  bébé  mantém uma relação de dependência com a mãe e as demais pessoas que o  rodeia,  relação que tende a diminuir  gradativamente à medida  que cresce e se desenvolve. Na idade adulta esse mesmo ser, age  por vontade própria, de forma independente, na maior  parte   de seus actos ou realizações, apresenta um menor  grau de dependência   em relação aos outros adultos. Na velhice,  aparece novamente esse processo de dependência,  por causa  de factores  fisiológicos  do envelhecimento, que se manifesta, com maior intensidade e frequência, pela ocorrência de doenças e condições adversas como: pobreza, fome, mau-tratos, abandono.

Esta dependência pode ser  classificada em  três graus:

Dependência Leve:  neste grau de dependência os idosos precisam ser vigiados em todas as suas tarefas e actividades de vida diária, muitos podem ser saudáveis, mas com  uma avançada idade.

Dependência Moderada:  os idosos encontram-se numa situação, em que não só precisam de supervisao, mas necessitam  de uma ajuda efectiva  do cuidador no desempenho de allgumas actividades básicas como:  tomar banho, ministrar medicamentos, tratar de suas finanças, ir ao médico, etc. Estes idosos apresentam algumas doenças – osteatroses, patologias cardiácas, deficiência visual ou auditiva.

Dependência Grave:  os idosos que apresentam uma dependência grave necessitam diariamente do auxílio  intensivo de cudadores, tornaram-se incapazes de  realizar quaisquer  actividades de vida diária (AVD). Estes encontram-se num processo avançado de doenças  incapacitantes entre elas: as demências, doença  de Parkison, neoplasias. Normalmente estão restritos ao leito  e a cadeira  têm dificuldades cognitivas e apresentam descontrole dos esfincteres (incontinência urinária e fecal).







                                   Luiza Oliveira -  2º GS                

Gerotranscendência

A longevidade tem sido uma conquista graças à evolução tecnológica. Contudo por mais que se avance em relação à tecnologia não podemos negar a evolução do nosso corpo, as rugas a pele mais opaca metaforizam o que vivemos. Por tal é necessário lidar dignamente com a vida.
Conhecendo histórias de vida como por exemplo a de Viktor Frankl, que poderia ter-se livrado do campo de concentração, pois tinha um salvo-conduto para sair do país no entanto por amor à família preferiu ficar, foi preso conjuntamente com os pais e mulher, enfrentou todo o sofrimento, porque acreditava que dali não ia sair vivo sozinho, ia reencontrar a mulher que tanto amava. Não duvidamos da dignidade dos seus atos. Não propomos que nos atiremos para os braços da morte, mas que façamos gestos humanos capazes de sustentar os nossos Eus. Propomos que vivamos com sentido e dignidade tal, que a morte não nos assuste.“Quando a circunstância é boa, devemos desfrutá-la; quando não é favorável devemos transformá-la e quando não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos.” Viktor Frankl
A ansia de viver pode esconder um outro desespero humano, o vazio, a falta de sentido em relação ao que fazemos ou estamos fazendo da nossa vida. Se nos falta sentido e profundidade ao viver, precisamos de mais tempo, precisaremos sempre e cada vez mais de tempo para adiar talvez o confronto com o que fazemos de nós.
A satisfação em relação ao que fazemos da nossa vida é sinonimo de bem-estar. O que construímos, as nossas conquistas, a realização dos nossos projetos gera um grau de satisfação que nos faz amar o vivido, algo muito interno, só medido pelo olhar interior de cada um.
A satisfação de viver resulta da qualidade de vida que vivemos. Esta satisfação será capaz de nos libertar da ansia por uma longevidade sem tamanho. Qualquer vida vivida com intensidade, sentido e satisfação pode ter um bom tamanho. Falo de Gerotranscendência, que é a capacidade de mudarmos de atitudes, de meta, de perspectiva, de olhar sobre a vida, sobre nós e sobre os outros.
A Gerotranscendência pode tornar-nos mais fortes, aumentar o nosso ego, dar maior sustentação ao envelhecimento. Acolhendo a morte e não negando-a podemos amar mais a vida. É isso que temos em mãos a Vida. Ela é preciosa tem de ser dignificada tem de ser valorizada, bem vivida enquanto a temos. O tempo vivido com sentido pode ser o maior elogio que fazemos à VIDA.

Maria Antónia Calvo

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A importância da Farmacodinâmica

Farmacodinâmica [1]

“A farmacodinâmica é a ciência que estuda o tempo necessário de acordo com a idade do paciente, para que um determinado medicamento exercer o seu efeito terapêutico.
Enquanto não existirem estudos fidedignos que estabeleçam as diferenças existentes entre farmacodinâmica de um dado medicamento administrado a indivíduos antes dos 60 anos e depois desta idade, o médico deverá prescrever os medicamentos necessários iniciando sempre pela dose mínima, subindo gradualmente  a posologia de acordo de acordo com os efeitos observados.
Com o objectivo de reduzido ao mínimo indispensável a quantidade e qualidade dos medicamentos para tratar um idoso, apresentam-se algumas recomendações que resultam da minha experiência
·        Em cada visita medica rever os problemas corânicos e agudos de que o doente é ou já foi portador;
·        Pedir sempre ao doente que traga consigo todos os medicamentos que anda a tomar, e fazer a sua avaliação;
·        Iniciar a terapêutica sempre pela dose mais baixa;
·        Rever todos os resultados dos exames laboratoriais feitos precocemente, tendo especial preocupação com a taxa de creatinina sérica;
·        Tentar que o idoso vá sempre à mesma farmácia comprar os medicamentos;
·        Questionar o idoso acerca do consumo de álcool ou outras drogas;
·        Suspender qualquer medicamento que o idoso ande a tomar sem indicação especifica ou evidente. “




Deolinda Brito, 2º ano

[1] Saldanha, Helena – Bem viver para bem envelhecer: Um desafio à Gerontologia e à Gereatria, Grupo Lidel – Edições Técnicas, Lisboa – Porto, Julho de 2009, p. 114.