sábado, 4 de junho de 2011

Idosos e redes sociais

16.850 usuários de Internet acima de 60 anos falam sobre as suas atividades favoritas na web
De acordo com o levantamento do uso de internet realizado pela empresa Panda Security, 90% dos usuários da internet acima dos 60 anos são homens e gastam mais de cinco horas por semana on-line. Destes usuários, 98% utilizam a rede para checar os e-mails, 67% ficam a procura de informações sobre atividades de lazer, 64% leem notícias e 58% usam serviços de bancos on-line.
O estudo, realizado entre Novembro e Dezembro de 2010, entrevistou 16.850 usuários de Internet acima de 60 anos sobre as suas atividades favoritas na web, além dos problemas que eles enfrentam para se adaptar a este novo ambiente digital.

O uso de redes sociais ou a participação ativa em fóruns ou blogs não estão entre as atividades favoritas dos idosos. Para se comunicar com os amigos, apenas 28% utilizam sites de redes sociais e 11% fóruns ou blogs.


Fonte: Jornal Folha de S. Paulo, em 24/2/2011. Disponível em:http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=660053

João Gaspar

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Idoso e a solidão


Quase 40 por cento dos portugueses a partir dos 65 anos passam oito ou mais horas dos seus dias sozinhos.



E veio a saber-se também que uma considerável percentagem de idosos internados em hospitais, depois de puderem ter alta não são “reclamados” pelos seus familiares, os quais, por vezes, até indicam naquelas unidades hospitalares  residências falsas.


E os idosos para ali ficam abandonados por aqueles que pudiam   acolhê-los


Por outro lado, há ainda os idosos que se vêem sozinhos nas suas casas ou andares – quantas vezes em péssimas condições! – não sendo visitados ou acompanhados pelos filhos, netos ou outros familiares.


 Alguns vivem com poucos recursos económicos, mas o que mais lhes custa é, sem dúvida, a solidão e o desprezo a que são votados!
Nalguns lugares as Misericórdias vão tendo já serviços de apoio domiciliário, o que é de aplaudir. Porém, tais serviços não chegam a todas as partes.


Há aldeias recônditas, quase despovoadas ou onde apenas permanecem poucas pessoas de muita idade sem qualquer espécie de acompanhamento, a contas com a sua solidão, recordando talvez um passado em que se deram aos filhos que, agora, com muita ingratidão desapareceram das suas vidas!


Alguns dos idosos que foram postos num lar nem sequer são visitados pelos seus familiares e ali, tristemente, aguardam o fim das suas vidas!


Há, na verdade, que logo nas escolas se dê mais importância e se realce o valor dos idosos, até como património de experiência que é preciso reconhecer e como fonte de amor e união nas famílias.



                                                           Luiza Oliveira

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O IDOSO E A CRIANÇA

A fantasia é a mãe da satisfação, do humor, da arte de viver. Apenas floresce alicerçada num íntimo entendimento entre o ser humano e aquilo que objectivamente o rodeia.”
 Hermann Hesse, in 'Ainda da Felicidade'

Todos sabemos que, com o aumento do período médio de vida, a sociedade está a mudar. Muito se tem escrito sobre este tema, no entanto dado hoje (1/7) se comemorar o dia mundial da criança, quero deixar uma pequena reflexão, sobre a formação da identidade da criança e o papel do idoso na construção desta identidade.

A criança vive hoje num mundo de fantasia, desde cedo que pais e avós se preocupam por satisfazer todos os seus desejos. Se por um lado queremos crianças felizes, por outro vamos querer adultos e mais tarde idosos que denotem na relação com o grupo onde estão inseridos socialmente, um certo equilíbrio. Que, em meu entender, será mais facilmente alcançado se as relações familiares forem fortalecidas com os testemunhos, ensinamentos e valores partilhados dos mais velhos.
Assim, o papel do idoso no desenvolvimento da personalidade da criança será de extrema importância, já que é um ser experiente, cheio de sabedoria e amor-próprio.

Por tal, pretendo felicitar todos aqueles que possam partilhar conhecimentos e valores com uma criança no dia de hoje.

Fonte: foto-pt.photaki.com

Maria Antónia Calvo

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Bébé e o Idoso

Se avaliássemos a vida como sendo apenas um fato que acontece exclusivamente no tempo e num espaço delimitado, admitiríamos que o bebê representaria o começo, o alfa, e o idoso, o fim, o ômega. Funestamente, este é o conceito de vida sustentado pela moderna sociedade. É o reflexo da filosofia pragmatista de William James, segundo a qual, só tem valor o que é prático e imediato. Esta filosofia é irmã gêmea do marxismo, do nazismo e de outros ismos que medraram nos começos do século vinte, todas materialistas e ateias que conspiraram para produzir os estragos que fazem da sociedade contemporânea uma caricatura, uma representação burlesca das pessoas e dos fatos. Tudo o que não desperta interesse imediato, simplesmente, não existe. Ora, o idoso não interessa, logo, não deve ser levado a sério nem tido em conta. Eis porque o tão celebrado progresso de uma avançadíssima tecnologia se limita tão somente ao âmbito da matéria. Espiritual e moralmente o homem não progride, antes regride. Dentro deste conceito, do concreto e do imediato, só existe a matéria. É assim que a sociedade vai elaborando seu comportamento diferenciado entre o bebê e o idoso.

Aos bebês trocam-se as fraldas, dá-se um banho morno e perfumado, aplica-se a pomada e o talco antialérgicos, tolera-se com paciência e naturalidade, seu choro, suas birras, enfim, é cercado de todos os cuidados e de todo o carinho. O bebê tem mãe, o idoso tem madrasta, e que madrasta!.... E porque isto? Porque, na concepção pragmatista, imediata, utilitarística da vida o bebê representa para os pais e para a sociedade, uma aurora, uma esperança de que ele poderá vir a ser algo de imediatamente útil. Com o idoso dá-se exatamente o contrário. Apesar de ser ele, pelo decréscimo do vigor de seu organismo que o assemelha ao bebê, nem de longe recebe os mesmos cuidados a ele dispensados, antes, é visto e tido como um ser inútil, incômodo, um estorvo. Porque, surge de novo a indagação? É porque o idosos não é tido como uma esperança, como uma promessa imediata de utilidade, como uma aurora e, sim, como um desmaiado ocaso. Ninguém enxerga nele uma obra realizada, um celeiro de experiências, uma semeadura que cai no solo fértil da eternidade para irromper numa vida definitiva. Se for verdade que o bebê é o começo da vida no tempo, não é menos verdade que o idoso é o início da vida para a eternidade. A vida é um episódio, no qual se decide uma plenitude definitiva. O idoso é a plenitude da vida no tempo. Não é, pois, justo que se estabeleça uma distinção entre o começo da vida e vida plena. Ambas têm o mesmo valor e merecem os mesmos cuidados.

A sociedade tem o vezo de medir a vida útil no tempo pelo número de anos que cada um tem. Nada de mais incoerente do que esta postura. Se este critério fosse válido, então o idoso teria muito mais vida do que o bebê, o que, epistemologicamente, repugna. O conceito de vida pode ser das mais variadas inspirações, como a fatalista, a utilitarística, a pragmatista, a altruísta, etc. No fundo, porém, todos se reduzem a duas categorias fundamentais: aquelas cujos horizontes se limitam ao tempo e ao espaço e as que se norteiam por valores transcendentais.

A verdade é que o jovem tem que se acostumar a ver hoje no idoso, aquele que ele será amanhã. Então, colherá o que plantou e será medido com a medida com que mediu. Entenderá quiçás, tarde demais, o quanto é perversa a filosofia do momentaneamente mais útil.

O bebê é o botão, o idoso, a flor da mesma realidade vital. Cumpre-nos cuidar de um e do outro com o mesmo zelo, com o mesmo senso de igualdade e de justiça. Cuidar do botão para que desabroche em flor e da flor para que não murche e se desmanche em pétalas. Que perdure, ao menos, o perfume de suas obras para diluir o mau hálito da ingratidão dos pragmatistas. Na verdade, o botão e a flor são uma e a mesma realidade vista sob o ângulo da vida. Logo, assim com festejamos a valorizamos o botão como sendo a esperança, a promessa, é dever nosso cultivar a flor como resposta ao sonho. Todo idoso deve ser amparado, assistido nas dores do parto da velhice do qual nasce uma juventude eterna. Assim, a morte tem que ser festejada como se festeja o nascimento porque, na realidade, ela não é o fim, mas o começo de uma nova vida, desta feita, definitiva. Ao idoso temos que trocar-lhe a fralda de seu corpo perecível para envolvê-lo com a túnica da juventude eterna do espírito. Vamos colocar em sua cabeça uma coroa de louros e faze-lo subir ao podium da vida como um vencedor, um realizador da esperança, da promessa que um dia ele foi, mas hoje se transforma em realidade. No dizer do livro dos Provérbios (16,31) a velhice é a coroa de uma vida vivida com dignidade nos caminhos da justiça. São Paulo comemora esta realidade desabafando-se com seu discípulo Timóteo (4.7) “Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, Justo Juiz, me entregará naquele dia”. É isto o que interessa receber do Justo Juiz a coroa da justiça, coroa esta que é negada ao idoso pela injustiça dos cultuadores da matéria. Que fiquem por aí os pragmatistas à espera da coroa da injustiça que lhe será conferida pelas obras de uma vida vazia de sentido. Esta coroa será aquela pá de cal que, piedosa e solidariamente, irão lançar sobre seus restos mortais. Para eles será o fim de tudo. A sepultura do idoso, ao invés, será o berço onde depositarão um recém-nascido, filho não mais do homem temporal, mas do homem eterno.

José Cândido de Castro
Fonte: http://profcastroudia.vilabol.uol.com.br/paginas/bebe_idoso.htm

Natália Fonseca

domingo, 29 de maio de 2011

Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia

CAPÍTULO III

IGUALDADE

Artigo 20º
Igualdade perante a lei

Todas as pessoas são iguais perante a lei.

Artigo 21º
Não discriminação

1. É proibida a discriminação em razão, designadamente, do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social, características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões políticas ou outras, pertença a uma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficiência, idade ou orientação sexual.
2. No âmbito de aplicação do Tratado que institui a Comunidade Europeia e do Tratado da União Europeia, e sem prejuízo das disposições especiais destes Tratados, é proibida toda a discriminação em razão da nacionalidade.

Artigo 25º
Direitos das pessoas idosas

A União reconhece e respeita o direito das pessoas idosas a uma existência condigna e independente e à sua participação na vida social e cultural.
http://europa.eu/legislation_summaries/employment_and_social_policy/antidiscrimination_relations_with_civil_societ 30/05/2011

É importante como Cidadãos Europeus, conhecermos a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Estes, são apenas três dos vários Artigos que aconselho a ler.

Paula Arsénio