Dentro de 40 anos, os indivíduos acima dos 75 anos serão 1/3 da população, estima o INE. Neste cenário, cuidados de saúde e ajuda nas tarefas do dia-a-dia, como a higiene pessoal, preparação de refeições e limpeza da casa, são uma preocupação cada vez maior. Um sistema de cuidados bem articulado pode evitar a institucionalização em lares, assegurar a permanência junto da comunidade e proporcionar mais autonomia.
Mas um inquérito efectuado para a Deco Proteste a quase 3 000 europeus, 1049 dos quais portugueses, mostra que as respostas do Estado, nomeadamente do SNS e Segurança Social, não são suficientes para suprir as necessidades.
Os cuidados médicos e de enfermagem lideram as necessidades dos entrevistados que pediram ajuda ao domicílio (1/4 dos casos). A maioria dos inquiridos que solicitaram cuidados de saúde têm mais de 75 anos. Trata-se sobretudo de indivíduos com dificuldades financeiras (80% das situações), no mesmo estudo 10% referiram ter esperado mais de 1 mês para começarem a beneficiar, o que é revelador de uma resposta insuficiente do SNS.
Mandatadas pela Segurança Social e Ministério da Saúde, as Juntas de Freguesia devem fazer um levantamento das necessidades dos idosos em diversas áreas:
- saúde;
- refeições;
- higiene;
- limpezas;
- acompanhamento diurno e nocturno.
Se não tiverem possibilidade, a competência deverá ser transferida para o organismo com melhor conhecimento no terreno (IPSS, Misericórdias, etc.). A partir desta informações, será possível criar um sistema integrado de serviços. A procura é cada vez maior e a oferta insuficiente e nem sempre adequada. Como país, temos de organizar-nos para proporcionarmos qualidade de vida a quem mais precisa.
Fonte: www.deco.proteste.pt 322/Março 2011
Teresa Castanheira
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