sexta-feira, 13 de abril de 2012

Automedicação

“De um modo geral o consumidor não tem experiência nem conhecimentos necessários para distinguir distúrbios, avaliar a gravidade e escolher o mais adequado entre os recursos terapêuticos disponíveis, o que leva a que a prática da auto medicação seja bastante danosa para a saúde de quem a pratica”
(Schenkel, 1996).?digo=tl0048
&rea=d2􀀠􀁱􀁵􀁥􀀠􀃩􀀠􀁡􀁵􀁴􀁯􀁭􀁥􀁤􀁩􀁣􀁡􀃧􀃣􀁯􀀿
Todos nós, quando surge algum sintoma (dor de cabeça, febre, constipações, etc.), temos a tendência para tomar medicamentos sem conselho ou recomendação médica. Quem não tem uma pequena farmácia em casa?É um factor cultural. Crescemos habituados a esta prática. É comum nós, mães, erradamente darmos medicamentos aos nossos filhos pois pensamos conhecê-los melhor do que ninguém e pensamos saber perante um sintoma o que administrar.
Assim adquirimos a cultura da auto medicação por inerência dos hábitos familiares sem nos questionarmos sobre se é a atitude correcta e sem ter consciência das consequências. Tomam-se medicamentos por iniciativa própria, por aconselhamento de pessoas que não são habilitadas para o fazer, porque o vizinho também toma, porque já foi anteriormente receitado pelo médico e resultou e como tal pode-se adoptar novamente, porque é fácil adquiri-los (basta ver na Internet), porque para conseguir uma consulta num centro de saúde não é tão célere quanto o desejável ou ainda por influência de propagandas que por serem tão bem elaboradas induzem ao seu consumo (vitaminas, anti-depressivos, anti-oxidantes).
Na sociedade actual o medicamento passou a ser quase como um produto de primeira necessidade e tornou-se constante nas nossas vidas.
«Mais de 700 mil portugueses», 25% dos que se auto medicam, «fazem-no com recurso a fármacos para as dores», os AINE, «com uma regularidade diária» e perto de 26% da população nacional faz auto medicação com anti-inflamatórios não esteróides (AINE),
“leva a um elevado número de hospitalizações por complicações gastrentestinais, como hemorragias digestivas e perfurações gástricas», provocando «centenas de mortos todos os anos”.
“Em cada 100 pessoas que dão entrada nos hospitais com problemas do trato gastrentestinal, cinco morrem», ou seja, os AINE acabam por ser fatais para 5% dos hospitalizados”.
Adianta ao Destak Hermano Gouveia, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. 03 | 05 | 2007   07.54H
A auto medicação tem maior incidência nos idosos, precisamente os que mais consequências podem sofrer.
Geralmente, apresentam doenças crónicas e já fazem uso de medicamentos recomendados pelos médicos. Ao usar outros tipos de medicamentos pode surgir uma incompatibilidade ou uma intoxicação, para além de que à medida que a idade avança, os mecanismos reguladores do corpo perdem eficácia e a resposta aos medicamentos e á maneira como o organismo processa os medicamentos altera-se.
Dores, febre, tosses, constipações, gripes, perturbações digestivas (prisão de ventre, diarreia, ardor no estômago), as fadigas passageiras (vitaminas e tónicos), rinites alérgicas sazonais, depressões, problemas ósseos musculares entre outros, são os sintomas que levam à maior utilização de medicamentos.
“Qualquer medicamento tem efeitos secundários, um simples Paracetamol pode ser perigoso” o alerta é dado por Albertina Nabais, membro da Ordem de Farmacêuticos na Madeira, como tal a sua toma não pode ser banalizada e por isso o aconselhamento pelos profissionais de saúde é necessário pois só estes sabem quais as interacções entre medicamentos, quais os efeitos positivos ou negativos perante determinado organismo ou patologia, a sua gravidade, os efeitos colaterais, doenças anteriores, alergias, se já toma medicamentos, entre outros.
Além disso, a composição química da maioria dos medicamentos pode prejudicar seriamente o nosso organismo se não forem tomados correctamente.
A prescrição médica e a informação inerente à toma do medicamento deve ser seguida rigorosamente em relação à dosagem, o seu horário e durante quanto tempo.
Um dos riscos graves da auto medicação são as intoxicações com a toma de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios.
Os riscos dos anti-inflamatórios são maiores para os mais idosos e são de aquisição fácil pois alguns dispensam receita médica e podem ser comprados nas para-farmácias que existem nos supermercados.
A toma de antibióticos é também um problema grave pois potencia a resistência do organismo e assim provoca uma menor eficácia da sua acção quando é mesmo necessário.
È necessário que tenhamos mais informação e consciência dos riscos que corremos, a sociedade precisa de ser reeducada.
Todos queremos atingir grandes idades mas temos que tomar atitudes correctas a fim de que tenhamos mais saúde e um envelhecimento activo e com qualidade.
Só por curiosidade apresento as percentagens de venda de alguns medicamentos através da Internet:
1.      Medicamentos ou produtos para emagrecer 46%
2. Anti-depressivos 16,7%
3. Aumento muscular 6,2%
4. Impotência sexual 6,2%
5. Doenças oncológicas 4,2%
Fonte Estudo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)


Bibliografia consultada:
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/medicamentos/pratique_uma_automedicacao_responsavel
www.planosdesaudesenior.com.br/blog/os-problemas-da-automedicacao/

Paula Arsénio
2º ano Gerontologia Social

Sem comentários:

Enviar um comentário